Estudo aponta que Londrina ocupa a 18ª posição da lista das 100 cidades que devem despontar no cenário imobiliário brasileiro
Londrina é a melhor cidade no Paraná para se investir em imóveis, segundo pesquisa realizada pela consultoria Prospecta Inteligência Imobiliária e divulgada pelo portal da revista Exame. O estudo também aponta que a cidade ocupa a 18ª posição da lista das 100 cidades que devem despontar no cenário imobiliário brasileiro nos próximos meses e anos. No Paraná, o ranking inclui também Maringá (23º lugar), Cascavel (53º), São José dos Pinhais (63º), Ponta Grossa (68º) e Foz do Iguaçu (94º).
A pesquisa analisou todas as cidades do País com menos de um milhão de habitantes, o que corresponde a 94% dos municípios brasileiros. No Paraná, só Curitiba ficou de fora. Em comum, as 100 cidades melhores classificadas possuem características como renda per capita elevada, população com alto nível de instrução e de vínculo empregatício, um número considerável de empresas atuantes e grande déficit imobiliário.
A novidade, ressalta a consultoria, é que a análise se debruçou sobre a demanda de cada região estudada, em vez de se concentrar nas ofertas. Normalmente, o mercado observa o preço do metro quadrado que reflete o valor de imóveis já vendidos. Mas isso não aponta que a região, por mais valorizada que seja, terá demanda para absorver novos produtos. “Para ver o que está por vir é preciso analisar a demanda, que define o que será comprado, quando e como”, diz Cristiano Rabelo, diretor de Novos Negócios da Prospecta, no portal.
O gerente regional da Plaenge Londrina, Olavo Batista Junior, ressaltou que a pesquisa considerou dados do IBGE e outras instituições não ligadas à construção civil e ao setor imobiliário e isso mostrou que o déficit habitacional ainda é alto na cidade. “Em torno de 35%. Mas poderiam ter separado por classe social, para identificar melhor esse déficit”, sugere. “Esta cultura de viver em apartamentos somada ao recente ingresso de famílias nas classes B e C reforça que o mercado é bom em Londrina.”
“Sabíamos que Londrina é um dos três principais mercados do Sul do País. Há 30 anos vem crescendo e o mercado é sólido. Só não tínhamos a percepção em relação ao restante do País”, disse o vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Norte do Paraná (Sinduscon), Gerson Guariente Júnior.
Segundo o diretor comercial da construtora Artenge, José Carlos Salgueiro, a população de Londrina também é mais acostumada a investir em imóveis. “Desde o boom imobiliário dos anos de 1970 a 1980, isso vem se consolidando. Além disso, não é só a cidade, mas também a região, que agrega uma população de 1,5 milhão de pessoas, que busca a segurança de um imóvel aqui. Eles sabem que, aqui, o mercado é estável.”
Fechamento de negócios está mais lento
O vice-presidente do Sinduscon, Gerson Guariente Júnior, diz que o imóvel continua um bom investimento, mas que as construtoras e incorporadoras vão observar o mercado cuidadosamente nos próximos seis meses antes de prever investimentos maiores. “Nós temos que ver como vai ficar o mercado porque há muitos imóveis nas mãos de investidores e isso, num momento de crise, se estiverem precisando vender, pode aumentar a oferta e fazer cair o preço.” Segundo ele, hoje há pouco estoque nas mãos das incorporadoras e tudo que é disponibilizado no mercado é vendido. “Mas a velocidade de fechamento de negócios está realmente mais lenta que há dois anos.”
O custo maior do financiamento também pesou na velocidade de vendas, diz Guariente. Mas isso, afirma, também tem um lado positivo porque o comprador entra no negócio mais consciente de sua capacidade de pagamento.
Fonte: Jornal de Londrina